segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS - FULLER, LON

Resumo da obra:

No ano 4299 deu se início o caso dos exploradores de cavernas, caso que levou a júri quatro exploradores de cavernas, após um deslizamento de rochas e terra, que acabou bloqueando a única saida da caverna. Cinco exploradores ficaram presos embaixo da superfície. Passaram se dias presos suas famílias deram se por conta da ausência dos mesmos, acionaram então a equipe de busca para resgatá-los presumindo que eles estivessem abaixo do deslizamento submersos, tentaram então resgatá-los porém deu se início um novo deslizamento, que ocasionou a morte de dez funcionários da equipe de resgate. Presumindo que os operários possuíam um rádio transmissor capaz de receber e enviar mensagens, a equipe de resgate tento o contato e tiveram sucesso, conseguiram se comunicar com os operários, em diálogo com a equipe médica presente na superfície, os exploradores questionaram quanto tempo levaria para a conclusão do resgate. Os engenheiros responderam que precisavam de, no mínimo, dez dias, se não ocorressem novos deslizamentos. Questionado novamente, a equipe médica presente no local agora tem que responder aos exploradores se aguentariam por mais dez dias; Os médicos responderam então, aos exploradores, mais especificamente a Whetmore, que havia escassa possibilidade de sobrevivência. O rádio de dentro da caverna silenciou por horas, após o reestabelecimento do contato, Whetmore representando os demais exploradores e em seu nome pergunta se seria possível sobreviver caso se alimentassem da carne de um deles, a resposta é afirmativa em sentido que é possível a sobrevivência saciando se a fome com carne humana. Whetmore casualmente andava com um par de dados, foi o primeiro a propor aos demais exploradores, que se tirasse na sorte quem seria sacrificado para a sobrevivência dos demais, no entanto Whetmore refletiu e declarou que desistia do acordo, que preferia esperar mais uma semana antes de adotar uma expedição tão terrível. Porém os outros os acusaram de violação do acordo e deram continuidade ao lançamento dos dados, quando chegou a vez de Whetmore um dos exploradores atirou os dados em seu lugar.  Após serem resgatados soube-se que Whetmore no trigésimo terceiro dia, sem objeções a fazer tendo sido lhe adversa a sorte, foi então morto e servido de alimento para os demais. Posteriormente os 4 exploradores sobreviventes foram denunciados pelo homicídio de Roger Whetmore. Processados e condenados à morte pela forca, os acusados recorreram da decisão do Tribunal do Condato de Stowfield à Suprema Corte de Newgarth. Ocorrendo desarte, empate na decisão o Tribunal de primeira instância também foi confirmada a sentença condenatoria que os réus eram culpados do assassinato, condenados a morrerem na forca, as 6 horas da manhã da sexta-feira, dia 2 de abril do ano 4300.
PARECER CRÍTICO

O caso dos exploradores de cavernas é uma história fictícia, em que Fuller, Lon escreve em seu livro, um julgamento de extremas dificuldades. O livro serve como base de conhecimento prévio sob o que é um julgamento e o poder da argumentação. É fundamental a todo estudante de Direito pois possibilita um contato direto com questões de extrema importância para a compreensão do impacto que as leis tem sobre a vida humana, no entanto o enredo não esta limitado apenas a área jurídica.
O estudo desta obra pode ser levantado através de enfoques da filosofia, sociologia, psicologia, enfim todas as ciências que identifiquem-se como o estudo de comportamento humano, seus códigos morais e éticos, podendo se utilizar deste material como base de estudo.
O livro em linguagem de fácil compreensão, possibilita infindáveis discussões sob diferentes aspectos, além de proporcionar uma leitura interessante. O enriquecimento obtido com sua análise torna possível a quebra de concepções pré estabelecidas e auxilia na formação do senso crítico do indivíduo. É um livro atemporal, pois mesmo tendo sido escrita no ano de 1976 continua sendo atual. É admirável como um livro pode ter conseguido reunir tantos assuntos em um enredo simples e interessante que cativa o leitor a cada frase.
Sem dúvida é um material rico que deve ser amplamente estudado por todos aqueles que tem interesse nas relações humanas independentemente do foco de atuação. As discussões que podemos realizar através desta leitura não está fechada nos meios acadêmicos, mas sim presente na vida diária de cada um de nós, o que indicaria que este material deveria ser trabalhado com os jovens de forma auxiliar na formação destes durante o ensino médio. Não questionando sob o aspecto jurídico, mas sim dando enfoque a questão humana envolvida, além da construção do conhecimento científico trabalharia se com a construção do senso crítico do estudante. No campo do Direito a obra aparenta ter a intenção de aguçar a curiosidade dos acadêmicos que adentram à Universidade, inaugurando-os no pensamento jurídico  

O Primeiro Ano – Como Se Faz Um Advogado - Scott Turow

RESUMO DA OBRA

Scott Turow destaca que o livro não é um romance e que narra as angústias, os desafios, as dificuldades e os triunfos que marcaram seu primeiro ano na Faculdade de Direito de Harvard, Turow denuncia problemas surpreendentes no sistema de educação jurídica de uma das mais antigas e conceituadas instituições de ensino dos Estados Unidos. Um relato dramático e um importante depoimento do autor, descrevendo que grande parte do livro expressa tal orgulho, mas faz uma declaração para garantir que as eventuais críticas a HLS não sejam mal-entendidas. A faculdade de Harvard tem exercido um impacto extraordinário no crescimento do direito americano e da profissão legal. Ainda em uma última análise Scott diz que é da crença na mudança racional, representada em muitos aspectos pela faculdade de direito, que se deriva possíveis e qualquer crítica, escreve com a convicção de que o direito, como qualquer outro campo de atividade é mais do que as pessoas que o exercem, e que os advogados. Este livro é a visão de uma pessoa sobre uma experiência que pode ser encarada de diversas maneiras. Ao escrever o livro o autor tenta mostra a intensidade e o processo de mudança manifestando-se dia a dia, como ele e seus colegas de turma se sentiam.

PARECER CRÍTICO
Scott narra como foi sua experiência como aluno no primeiro ano da Faculdade de Direito em Harvard a considerada número um nos Estados Unidos. Com os nervos em frangalhos, de insônia, pressão e fadiga intelectual, a ponto de se auto subestimar. Depois de anos sem fumar o autor relata que recomeçou, no entanto ultimamente parece está bebendo um pouco todas as noites. Não tendo tempo pra ler um livro ou revista se encontrando distante das notícias do mundo que as vezes faz com que o mesmos sinta que caí do lado escuro do planeta. O método utilizado no sistema de ensino é o socrático, os professores colocam no quadro de aviso as causas que serão descuidadas, os alunos estudam em casa ou na biblioteca e durante as aulas são chamados para debater. O autor ainda relata a luta por um lugar na revista do direito, editada pelos alunos mais brilhantes. Este livro deve ser lido por todos os estudantes de direito, pois muitas faculdades são pouco exigentes e o índice de reprovações são mínimas, daí parte a decepção quando são reprovados no exame da OAB. Claro que o indivíduo também tem que se auto dedicar, é evidente que para a construção de um bom advogado, existe um conjunto composto, por disciplina, ética e muita dedicação e estudo.

A LUTA PELO DIREITO - RUDOLF VON IHERING

Resumo da Obra:

Rudolf Von Ihering em seu livro a luta pelo direito relembra um pouco da origem e evolução da transmissão do conhecimento ao longo do tempo, em que os processos de armazenamento foram se aprimorando até chegar a nosso histórico cultural em que vivemos. O autor pretende mostrar a importância que o povo tem de tornar valido seus direitos no meio em que vivem, para evitar desvios na sociedade, pois a evolução do processo de construção do conhecimento ocorreu lentamente, o mesmo também explica sua argumentação e importância de lutar pelos seus direitos, quando o houver sido “atacado”, cabendo reivindicá-lo sempre que for necessário. O autor pretende mostrar que luta pelo direito é um dever do interessado consigo mesmo e que a sua defesa tem grande importância para a sociedade, pois visa garantir a proteção dos seus direitos. Em geral trata-se de uma obra jurídica que apresenta discussões do jurista, a façanha apresenta-se em cinco capítulos em um modo afirmativo que a principal razão para a organização da obra, foi a vontade de se criar uma tese não unicamente baseada em teorias, o que propõe ao leitor logo de início uma reflexão, tendo com primeira frase da obra “O fim do direito e a paz, o meio para que se serve para consegui-lo é a luta.” O autor também relata que a vida do direito é a luta: luta dos povos, das classes sociais, dos governos, dos indivíduos. Ihering resume de maneira clara o pretende nesta obra “A luta pelo direito”, por mais que o povo possua grandes qualidades, se o mesmo não tiver força moral, perseverança e energia, o direito não prosperará. O livro apresenta modelos de conduta e posteriormente faz um esclarecimento de como cada pessoa reage frente as circunstâncias e situações apresentadas pela vida.

PARECER CRÍTICO
O livro trata de importantes conceitos sobre de onde o direito surgiu e as trilhas pelas quais ao longo do tempo vai se transformando. Apesar do livro ter sido escrito há mais de 140 anos, algumas de suas teses ainda continuam válidas e servindo para que seja repensado a maneira como o direito é tratado e como os indivíduos modernos se afastam e tem “medo” de lutar pelos seus direitos. A lei parece, para diversas pessoas se tornando algo distante e inalcançável, o que deveria ocorrer o contrário. Por tanto, que cada indivíduo possa retomar a vontade de lutar pelos seus direitos, para que assim não se perca sua função social. O livro é magnificamente belo proporciona ao leitor um contado direto com o direito e sua importância, para quem está cursando ou pretende cursar Direito, isto é, uma base de conhecimentos prévios que retrata perfeitamente a luta por um ideal. Após ler o livro pode-se concluir que é até difícil colocar em palavras o quanto a obra de Hering é magnifica, sem dúvidas alguma depois de ler o indivíduo é tomado conta por um enorme desejo de compartilhar o que leu ou indicar para que outras pessoas leiam.

RESUMO E PARECER CRÍTICO DO LIVRO DE STUART HALL - A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE

Resumo da obra:
Stuart Hall em seu livro descreve a questão da identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. O argumento utilizado pelo autor é que as velhas identidades, que por tanto tempo encontravam-se estáveis no mundo social, estão em declínio, o que consequentemente faz surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno. Um processo amplo de mudanças, que desloca os processos centrais das sociedades modernas e abalando uma ancoragem estável no mundo social, denominado por “crise de identidade”. O livro tem como propósito primordial explorar as questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia e fazer uma avaliação se realmente existe uma “crise de identidade”, sobre em que se consiste essa crise e em que direção ela está indo. O livro se volta para a reflexão de questões como: Que pretendemos dizer com “crise de identidade”? Que acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa crise? Quais são suas consequências? Que forma ela toma? Stuart Hall também analisa a questão das culturas nacionais e da identidade de nação, e de que maneira o sujeito fragmentado é colocado em termos de suas identidades culturais. Anteriormente, na modernidade, a identidade nacional consistia em uma homogeneização necessária da cultura e “unificadora” do pensamento cultural dos indivíduos. Porém, o que observamos na pós-modernidade é que há um grande avanço do hibridismo cultural dentro de uma mesma nação. Confundem-se diferentes culturas vindas dos mais diversificados lugares do mundo num mesmo local, decorrente das migrações e da ação das comunicações. Hall considera uma cultura nacional como um discurso, um modo de se construir sentidos que inspiram e organiza tanto nossas ações quanto as concepções que temos de nós mesmos. No entanto, quando o conceito de raça é usado de uma forma discursiva e ampla, as nações modernas não são determinadas por ela, devido ao fato de que a maioria das nações são compostas por sociedades homogêneas.
PARECER CRÍTICO
Stuart Hall em seu livro “A identidade cultural na pós-modernidade” desenvolve estudos interessantes sobre a formação da identidade cultural dos tempos atuais e proporciona ao leitor uma reflexão sobre as direções que a identidade tem tomado com a globalização. Com uma linguagem objetiva e esclarecedora, Stuart Hall explora algumas questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia, apresentando uma afirmação de que as identidades modernas estão sendo descentradas e fragmentadas, abalando a ideia que temos de nós mesmos como sujeitos integrados.
A apresentação de um indivíduo pós-moderno, com uma identidade constituída e transformada continuamente com relação às formas pelas quais são representados em sistemas culturais que os rodeiam, mostrando a indispensabilidade de adaptação do sujeito em uma sociedade que influi e é também influenciada pela globalização libertando-se de seus apoios estáveis nas tradições e nas estruturas, deslocando assim as identidades culturais nacionais. E nesse deslocamento que emergiu-se a concepção de culturas, entre a tradição e a tradução como um dos vários tipos de identidades destes tempos da pós-modernidade.
Este livro é um convite a um debate do deslocamento produzido essencialmente pela globalização nas identidades culturais na pós-modernidade. A concepção do “descentramento do sujeito” ganha-se sentido, diante dos intensos fluxos produzidos ou introduzidos nas “paisagens” culturais, que por sua vez se fragmentam e a partir delas também o sujeito.

A noção de híbridos pode contribuir muito com a educação tornando todos que estão envolvidos nela mais abertos a fenômenos plurais e diversos que manifestam nos respectivos fazeres ou saberes dos sujeitos consideravelmente individuais e coletivos, tanto na sociedade como dentro da escola em que o sujeito está inserido. O livro leva o leitor a rever as formas culturais e a capacidade do indivíduo de interpretação de um mundo pós-moderno.
INGRESSO NO ENSINO SUPERIOR: EXPECTATIVAS, FRUSTRAÇÕES, DIFICULDADES E REALIDADE EDUCACIONAL

*Emiliana Santos Guimarães
RESUMO: O presente trabalho tem como finalidade analisar, compreender as dificuldades e a realidade educacional do ingresso no ensino superior. Tendo em vista que cada vez mais ocorre uma demanda social, alguns estudantes ingressam no ensino superior com perspectivas de melhorias no aspecto de vida após obterem sua formação acadêmica. Porém o estudante já passa por dificuldades no momento do seu ingresso, dificuldades tais como, distância para se deslocar para a universidade pois em algumas cidades não se tem o ensino superior; falta de informação após concluir o ensino médio; concorrência pois as vagas em universidades seja particular ou pública são limitadas; formação proveniente do ensino médio e da realidade educacional com base de conhecimentos prévios adequada para o ingresso e problemas com programas de financiamento tendo em vista que nem todos tem condições de custear seus estudos, alguns não conseguem bolas e nem o ingresso em uma rede pública.

PALAVRAS-CHAVE: Ingresso no ensino superior; Estudantes; Aspectos Subjetivos; Dificuldades; Primeiro ano; Adaptação; Educação; Cultura; Sistema Educacional; Fundo de Financiamento Estudantil.

INTRODUÇÃO:
De acordo com pesquisas feitas através da Faculdade Ages por meio do Projeto Integrador, alguns estudantes ingressam no ensino superior com perspectivas de que consigam uma melhora nos aspectos relativos a qualidade da vida após adquirirem sua formação acadêmica . Porém, no ingresso e posteriormente os alunos são cercados por dificuldades. Nesse contexto, o primeiro ano para o ingressante é o período mais conturbado de sua formação acadêmica, quando o aluno passa por um processo de adaptação a esse novo contexto no qual está inserido, passando a vivenciar novas experiências e sentir as consequências do aspecto subjetivo nesse processo de adaptação.
Durante esse período de atribulações, os estudantes relatam frequentemente que as principais dificuldades para o ingresso são o deslocamento e a distância para as instituições, tendo em vista que em muitas cidades não se tem instituições de ensino superior; a concorrência para ingressar devido as vagas serem limitadas tanto na rede pública como também na privada, a falta de informação proveniente do ensino médio sobre as possíveis formas de ingresso, os estudantes que pretendem ingressar no ensino superior acabam tendo dificuldades pela falta não apenas de informações, como também a formação de qualidade de sua base de conhecimentos prévios, proveniente da cultura e do sistema educacional brasileiro.
Fator importante é que alguns estudantes para ingressarem no ensino superior dependem do auxílio de algum programa social do governo federal. Um dos programas de auxílio bastante utilizado é o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). No entanto, houve no ano de 2015 uma série de mudanças que dificultaram sua contratação e aditamento. Isso acaba por aumentar a insegurança do estudante com relação a essa nova realidade, pois eles dependem desses programas para manterem-se estudando, devido ao fato de não possuírem condições financeiras suficientes para custear seus estudos.

FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA:
O primeiro contato do aluno com o universo acadêmico é cercado por sentimentos conflituosos causados pelas dificuldades encontradas por ele no período inicial da faculdade. Durante esse período, o aluno passar por um processo de adaptação ao novo contexto que está inserido, no qual ele encontra diversas dificuldades para sua permanência. Isto é, retratado bem no livro A Condição de Estudante - A entrada na vida universitária de Alain Coulon.
“Hoje, o problema não é entrar na universidade, mas continuar nela. O crescimento da demanda social por formação superior e das possibilidades de acolhimento” (2008, p.31)
O problema hoje não está somente no ingresso na universidade, mas em sua permanecia nela, e isso se dá pelas dificuldades já relatadas anteriormente. A busca por uma graduação ocorre devido a demanda social que cada vez mais demostra a necessidade da mão de obra qualificada, é importante ressaltar que essa qualificação não é apenas buscada na graduação, é procurada também por meio de cursos profissionalizantes, os chamados “cursinhos”.
Aprender o ofício de estudante significa que é necessário aprender a se tornar um deles para não ser eliminado ou auto-eliminar-se (Sic) porque se continuou como um estrangeiro nesse mundo novo. A entrada na vida universitária é como uma passagem: é necessário passar do estatuto do aluno ao de estudante (COULON, 2008, p.31)
 Dessa forma, fica evidente a necessidade que o aluno aprenda qual o ofício de estudante. Assim, não basta ter a denominação de aluno é necessário que seja feita uma transição de aluno para estudante, essa transição é basicamente quebrar a tese de aluno com a condição apenas de ouvinte e reprodutor do que escutou ou leu, para a concepção de estudante em que o condicionamento baseia-se em aprendizagem desenvolvedora de um olhar crítico acerca do que leu ou ouviu. Com isso torna-se assim um indivíduo capaz de problematizar as situações do cotidiano em que vivencia e criar possíveis hipóteses de soluções para os problemas encontrados.
Scott Turow em seu livro o primeiro ano - como se faz um advogado narra as angústias, as dificuldades, os desafios e os triunfos que marcam seu primeiro ano na faculdade.
“É evidente que uma das coisas que mais me fizeram sentir mais desorientado no início foi o fato de mal entender o que lia ou ouvia “(2008, p.44)
Um dos Fatores que dificulta bastante no início, é, sem dúvida, a falta de compreensão do aluno. Turow evidencia isso, destacando o fato de não compreender o que lia ou ouvia, geralmente isso é por conta da base de conhecimentos prévios que o aluno carrega ao ingressar na universidade ou a complexidade e dificuldade dos textos que eventualmente os estudantes não estão habituados a ler durante o ensino fundamental e médio.
O sentimento despertado por tudo era algo próximo do pânico, uma sensação de incerteza intensa e profunda, que me dominou – e creio que à maioria dos meus colegas – muitas vezes durante aquela primeira semana e por mais algum tempo depois. Em muitas ocasiões, descobri que não estava compreendendo nada, e que só percebia quando a aula já ia pela metade. Também não podia entender como os outros conseguiam chegar a resposta certa. Talvez fossem todos gênios. Talvez eu fosse o mais estúpido ali (TUROW, Scott. 2008, p.44)
Assim, torna-se notório a existência do pânico que domina no início e nas primeiras semanas. Nesse contexto, alguns alunos já ingressam com uma bagagem cultural e intelectual “rica” com uma base de conhecimentos prévios elevada ou suficiente para o ingresso no nível superior, resultando assim, um “brilho” maior que os demais colegas de classe que iniciam sem uma base de conhecimentos prévios similar aos tidos como “gênios”. Esta diferença pode causar um sentimento de indiferença e desânimo para o que ingressou com um arcabouço teórico defasado.
Para compreender a dificuldade de se ter estudantes com base de conhecimentos prévios similares provenientes do seu ensino fundamental e médio é necessário compreender a educação e o sistema educacional Brasileiro.  A priori educação em si é o desenvolvimento do indivíduo, corpo, espírito, mente, conhecimento, expressão, ou seja tudo em benéfico do próprio indivíduo e sua autonomia em sua integração construtiva com para toda a sociedade.
A educação forma a personalidade do indivíduo médio e o prepara para viver a cultura: é pela educação que a gênese da cultura se opera no indivíduo. Podese (Sic) descrever a cultura mostrando como o indivíduo duo a assimila e como nele se constitui, à medida que ele vai assimilando. Isto porque a educação é, ao mesmo tempo, uma instituição que o indivíduo encontra e o meio que ele tem para encontrar todas as instituições. (BRANDÃO, Carlos Rodrigues. 2012, p.23)
Dessa maneira, o que precede da educação formal é a relevância do processo educativo de fato que em si é empírico, natural e espontâneo dando como procedência o preparo para que o indivíduo possa viver sua cultura nacional. Stuart Hall em seu livro a identidade cultura na pós-modernidade escreve sobre a contribuição da cultura nacional.

A Formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma única língua vernácula como o meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como, por exemplo, um sistema educacional nacional[...] (2006, p.p. 49,50)

Desse modo, o sistema nacional educacional brasileiro ocorre por meio de uma união dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. As leis que regem o sistema educacional são: A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), instituída pela lei n° 9.394 de 20 de Dezembro de 1996.
A atual estrutura do sistema educacional regular no Brasil consiste na educação básica – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio – e a educação superior. Os municípios têm a função educacional de atuar no ensino fundamental e na educação infantil; já os Estados e o Distrito Federal são responsáveis pelo ensino fundamental e ensino médio. E o governo federal exerce uma função redistributiva e supletiva na educação, devendo prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como deve organizar o sistema de educação superior no país (Portal Educação, 2013)
A estrutura desse sistema tem como meta a democratização e universalização do conhecimento básico, que possa oferecer cuidado com a escolarização, com um caráter sistemático e intencional que ofereça uma atenção para o desenvolvimento intelectual. No entanto, essa estrutura apresenta problemas. Prova disso, é que o governo do Brasil centrou seus investimentos no ensino superior, e com isso negligenciou assistência ao fundamental e médio, em que sem dúvida alguma, esses deveriam ser a priorizados pelo governo por se tratar do primeiro contado do indivíduo com o conhecimento que formará sua base de conhecimentos futuros, para um possível ingresso em uma universidade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, e considerando a meta de expansão da oferta de educação superior constante do item 4.3.1 do Plano Nacional de Educação, instituído pela Lei no 10.172, de 9 de janeiro de 2001. § 1o O Programa tem como meta global a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para noventa por cento e da relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para dezoito, ao final de cinco anos, a contar do início de cada plano (Presidência da República, 2007)
Em 2007 o governo estabeleceu uma meta que tinha em vista a aprovação para o ingresso nas universidades estipulando um percentual de 90% dos estudantes concludentes do ensino médio, dois anos depois o governo admitiu que seu “plano” não tenha dado certo e estava comprometendo a qualidade da educação superior.
De acordo com um estudo promovido pelo Banco Mundial em 26 de outubro de 2006, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), publicou um relatório em que nele o Brasil estava na 72º posição dentre 125 países. Em 2014 a Organização para a cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) faz um relatório em que no ranking de 36 países o Brasil ocupa a penúltima colocação na frente apenas do México.
É importante ressaltar, que diante dessa situação o estudante não deve ser omisso, incumbindo-lhe diante de um fato como esse sair em defesa do seus direitos, cobrando das autoridades melhorias no sistema educacional brasileiro. Isso significa dizer que ele deve lutar pelo seu direito, pois o direito é além de tudo uma ideia pratica e só pode ser adquirido através da luta.
“O direito é uma idéia prática, isto é, designa um fim, e, como toda a idéia de tendência, é essencialmente dupla, porque contém em si uma antítese, o fim e o meio.” (Ihering, 2009, p. 22)
O Governo Federal disponibiliza auxílios de financiamentos para os estudantes que pretendem ingressar em uma universidade particular, um dos auxílios mais utilizados para esse ingresso é o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), toda via em dezembro de 2014 o FIES passou por implantações de novas regras para contratação, como por exemplo: alunos que obtiveram no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) média inferior a 450 pontos não poderá fazer a contratação do FIES o mesmo ocorre para os que tenha zerado a redação.
Em meio as dificuldades para contratação do financiamento destacam-se também o fato de que alguns estudantes que preenchem todos os requisitos para a contratação não conseguiram contratar, devido aos problemas que o site do FIES apresentou devido a uma suposta demanda no sistema. Devido a estes fatos alunos que preenchiam os requisitos para a contratação não conseguiram contratar, os que não tem condições de custear acabaram tendo que cancelar sua matricula nas universidades ocorrendo assim uma evasão.
De acordo com o Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro no 1º semestre de 2014 foram fechados cerca de 480 mil novos contratos, no mesmo período de 2015 apenas 252.442 contratações foram feitas. (MEC/FNDE)

CONCLUSÃO:
Concluo, que o atual governo está preocupado com números e não com qualidade, isso fica evidente na meta estabelecida pelo governo que visou apenas aumentar o número de ingressantes nas universidades e não qualidade, por conta disso, dois anos depois como já era de se prever o plano do governo não deu certo pois estava comprometendo a qualidade do ensino superior, ou seja se houve esse comprometimento da qualidade do ensino superior significa que os estudantes ingressaram e ainda ingressam sem o conhecimento adequado.
Apesar das implantações de novas regras em um dos programas mais utilizados para estudantes que não tem condições de custear seus estudos, os estudantes ainda ingressam sem uma base de educação adequada. Esse e os demais problemas aqui relatados só poderá serem resolvidos quando a sociedade cobrar o que lhe é de direito, uma educação de qualidade e o governo tratar do problema do ensino fundamental ao médio para que ao ingressar na universidade o aluno não passe por dificuldades por conta da falta de conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COULON, Alain. A condição de estudante: a entrada na vida universitária / Alain Coulon: tradução de: Georgina Gonçalves dos Santos, Sônia Maria Rocha Sampaio. – Salvador: EDUFBA, 2008.

TUROW, Scott. O primeiro ano – como se faz um advogado/ Scott Turow; tradução de A. B. Pinheiro de Lemos. – 9ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2008.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular/ Carlos Rodrigues Brandão – São Paulo: Brasiliense, 2012. 3ª reimpr. da 1ª. ed. de 2006.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós – Modernidade/ tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guacira Lopez Louro – 11. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
IHERING, Rudolf von. A Luta pelo direito: a obra prima de cada autor.  1° ed., Martin clarete, 2009.
IHERING, Rudolf Von. A luta pelo Direito. Versão para eBook.Brasil.com. por Marcos Paulo R. Bassalo. Março 2009.

Educação Universal—Brasil 2. Educação Básica—Brasil 3. Desenvolvimento Educacional—Brasil 3. Avaliação Educacional—Brasil 4. Indicadores Educacionais—Brasil 5. Estatística Educacional--Brasil

http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/em-ranking-da-educacao-com-36-paises-brasil-fica-em-penultimo/