Resumo da obra:
Stuart Hall em
seu livro descreve a questão da identidade está sendo extensamente discutida na
teoria social. O argumento utilizado pelo autor é que as velhas identidades,
que por tanto tempo encontravam-se estáveis no mundo social, estão em declínio,
o que consequentemente faz surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo
moderno. Um processo amplo de mudanças, que desloca os processos centrais das
sociedades modernas e abalando uma ancoragem estável no mundo social,
denominado por “crise de identidade”. O livro tem como propósito primordial
explorar as questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia e fazer
uma avaliação se realmente existe uma “crise de identidade”, sobre em que se
consiste essa crise e em que direção ela está indo. O livro se volta para a
reflexão de questões como: Que pretendemos dizer com “crise de identidade”? Que
acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa crise? Quais
são suas consequências? Que forma ela toma? Stuart Hall também analisa a
questão das culturas nacionais e da identidade de nação, e de que maneira o
sujeito fragmentado é colocado em termos de suas identidades culturais.
Anteriormente, na modernidade, a identidade nacional consistia em uma
homogeneização necessária da cultura e “unificadora” do pensamento cultural dos
indivíduos. Porém, o que observamos na pós-modernidade é que há um grande
avanço do hibridismo cultural dentro de uma mesma nação. Confundem-se
diferentes culturas vindas dos mais diversificados lugares do mundo num mesmo
local, decorrente das migrações e da ação das comunicações. Hall considera uma
cultura nacional como um discurso, um modo de se construir sentidos que
inspiram e organiza tanto nossas ações quanto as concepções que temos de nós
mesmos. No entanto, quando o conceito de raça é usado de uma forma discursiva e
ampla, as nações modernas não são determinadas por ela, devido ao fato de que a
maioria das nações são compostas por sociedades homogêneas.
PARECER CRÍTICO
Stuart Hall em seu livro “A
identidade cultural na pós-modernidade” desenvolve estudos interessantes sobre
a formação da identidade cultural dos tempos atuais e proporciona ao leitor uma
reflexão sobre as direções que a identidade tem tomado com a globalização. Com
uma linguagem objetiva e esclarecedora, Stuart Hall explora algumas questões
sobre a identidade cultural na modernidade tardia, apresentando uma afirmação
de que as identidades modernas estão sendo descentradas e fragmentadas,
abalando a ideia que temos de nós mesmos como sujeitos integrados.
A apresentação de um
indivíduo pós-moderno, com uma identidade constituída e transformada
continuamente com relação às formas pelas quais são representados em sistemas
culturais que os rodeiam, mostrando a indispensabilidade de adaptação do
sujeito em uma sociedade que influi e é também influenciada pela globalização
libertando-se de seus apoios estáveis nas tradições e nas estruturas,
deslocando assim as identidades culturais nacionais. E nesse deslocamento que
emergiu-se a concepção de culturas, entre a tradição e a tradução como um dos
vários tipos de identidades destes tempos da pós-modernidade.
Este livro é um convite a um
debate do deslocamento produzido essencialmente pela globalização nas
identidades culturais na pós-modernidade. A concepção do “descentramento do
sujeito” ganha-se sentido, diante dos intensos fluxos produzidos ou
introduzidos nas “paisagens” culturais, que por sua vez se fragmentam e a
partir delas também o sujeito.
A noção de híbridos pode
contribuir muito com a educação tornando todos que estão envolvidos nela mais
abertos a fenômenos plurais e diversos que manifestam nos respectivos fazeres
ou saberes dos sujeitos consideravelmente individuais e coletivos, tanto na sociedade
como dentro da escola em que o sujeito está inserido. O livro leva o leitor a
rever as formas culturais e a capacidade do indivíduo de interpretação de um
mundo pós-moderno.
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